Detenção. Burla qualificada. Falsificação. Prisão preventiva. DIAP de Lisboa/Sede.<br>

A Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa esclarece o seguinte:

Foram detidos e apresentados ao JIC para primeiro interrogatório judicial, no dia 24.01.2019, quatro arguidos que ficaram fortemente indiciados pela prática de crimes de burla qualificada, falsificação e contrafacção de documento agravado.

Segundo os fortes indícios recolhidos, em data anterior a 2017, os arguidos, urdiram um plano destinado a obter vantagens patrimoniais, tendo procedido à selecção prévia de pessoas, com necessidades de crédito ou interessadas em oportunidades de negócio. Identificadas as pessoas e as suas necessidades, o plano consistia na apresentação de proposta à medida da pessoa escolhida, engendrando um negócio em que potenciavam, por adequação, o interesse da vítima, a quem prometiam ganhos avultados, alegando que possuíam muitos milhares ou mesmo milhões de euros, ou de dólares, em solo português, mas em mala diplomática, cujo “desalfandegamento” era preciso pagar aos diplomatas envolvidos no seu transporte.

Para dar credibilidade ao esquema engendrado, apresentavam as vítimas aos supostos diplomatas e levavam-nas ao aeroporto de Lisboa, onde acabavam por mostrar às vítimas o conteúdo das malas, com maços de notas. Na realidade, estavam duas ou três notas de euros, ou de dólares verdadeiras, em cima de pacotes de notas de euro ou dólares contrafeitas.

De seguida, pediam uma verba avultada para o desalfandegamento, ficando assim as vítimas, convencidas de que o dinheiro existia e de que se adiantassem a verba pedida pelo(s) diplomata(s) iriam recuperá-la e também concretizar o negócio.

Com tal actuação os arguidos obtiveram proveitos económicos ilícitos no valor aproximado de, pelo menos, 347.000€.

A dois dos arguidos foi aplicada a medida de coação de prisão preventiva e aos outros foi-lhes aplicada a medida de apresentações periódicas bissemanais, bem como proibição de contactos com os co-arguidos, suspeitos e vítimas.

A investigação prossegue sob a direcção do MP na 8.ª secção do DIAP de Lisboa/sede, com a coadjuvação da PJ.