Criminalidade organizada internacional. Crimes de associação criminosa, furto e roubo de veículos, falsificações de documentos autênticos, burlas qualificadas, recetação, detenção de armas proibidas. DIAP de Lisboa/Sede.

No decurso de um inquérito dirigido pelo MP e coadjuvado pela PSP, procede-se a uma complexa operação de âmbito nacional com a realização de oitenta e uma (81) de buscas domiciliárias e não domiciliárias o cumprimento de vinte e quatro (24) mandados de detenção fora de flagrante delito emitidos pelo respetivo MP. No essencial foram recolhidos fortes indícios de que os arguidos principais organizaram uma estrutura criminosa, com estabilidade e permanência, destinada à subtração e venda ulterior de veículos topo de gama, fazendo-o com elevados proventos ilícitos e prejuízo para os terceiros de boa –fé e dos proprietários das viaturas.

Durante uma primeira fase da atividade deste grupo, os arguidos apoderavam-se de viaturas de proprietários endividados a pretexto de procederem á venda para o pagamento das dívidas – o que nunca aconteceu, uma vez que os arguidos após a entrega dos veículos procediam á sua venda a terceiros, dissimulando a existência da dívida e apropriando-se da totalidade do produto da venda.

Numa segunda fase, os arguidos dedicaram-se á subtração de veículos, procedendo em seguida á viciação dos elementos de identificação com a utilização de documentação de salvados, vendendo em seguida tais viaturas a terceiros de boa-fé.

Esta atividade decorreu desde pelo menos o ano de 2011 até esta data, estendendo-se a todo o território nacional, com ligações a redes nacionais e internacionais de viciação de viaturas e a atividades análogas designadamente, em França, Espanha, Itália.

Durante a operação em curso foram detidos vinte e dois arguidos fora de flagrante delito (22) e dois arguidos em flagrante delito da prática do crime de detenção de armas proibidas. Foram apreendidos cerca de trinta e cinco (35) veículos topo de gama e doze mil euros (12.000) guardados num cofre.

A operação prossegue ainda, atenta a dimensão do grupo criminoso e suas ramificações nacionais e internacionais. Os arguidos detidos serão presentes ao JIC para primeiro interrogatório judicial e aplicação das medidas de coação.

A investigação prossegue sob a direção do MP na 11ª secção do DIAP de Lisboa (UECEV), com a execução da PSP.